sexta-feira, 7 de outubro de 2011

E quando a velhice chegar...

Ainda pode estar longe, mas costumo pensar nisso quando estou 'mais pra lá do que pra cá' e confesso que tive medo, sim sério, tive medo de envelhecer e não ter feito nem um terço do que pretendia, de não ter formado uma família, de não ter tido uma carreira, ou até mesmo de não ter tido aquela enorme cadeira de balanço na área.

Sem dúvida esta é a fase da vida onde queremos paz, tranquilidade, conforto e segurança. E se até lá eu não tiver garantido uns arames enfarpados no meu jardim, não conseguirei mais correr atrás dos pervertidos que tentarão roubar as minhas preferidas margaridas, ou, tentar arrancar minhas bolinhas pretas de jabuticaba madura.

E se eu não tiver netos, a quem eu contarei as minhas estripulias da juventude? Pra quem eu farei os bolinhos de chuva com chá mate? Juro que se isso acontecer serei uma idosa frustrada e vou ficar chata, mas muito chata mesmo, a ponto de me mandarem para um asilo. Mas aposto que sofrerei muito mais se eu não tiver alguém que segure a minha mão, que olhe nos meus olhos e diga que ainda estou linda, que ainda continuo sendo maravilhosa mesmo com a idade avançada, que mesmo com as rugas e as naturais manchas na pele não perdi o brilho e continuo radiante.

Se há uma coisa que quero na velhice é um companheiro que converse comigo, que me conte piadas, que me faça sorrir, que me deixe feliz, e isto é o que mais me preocupa, não quero ter uma velhice calada, quero ouvir, mas também quero falar e ter alguém que me ouça e que esteja ali ao meu lado como o meu escudo, que me proteja da mesma forma como uma galinha protege seus pintinhos embaixo das asas. Ao mesmo tempo que necessitarei de proteção, precisarei mais ainda de liberdade, de amor, carinho, de vida.

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